A Queda de “Chico Rato” — Da Liderança em Manaus à Morte no Rio

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Rio de Janeiro, Outubro de 2025 — A megaoperação policial que varreu os complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, não apenas desmantelou a cúpula do Comando Vermelho (CV) como também encerrou a trajetória de um dos líderes mais procurados da facção no Amazonas: Douglas Conceição de Souza, 32 anos, conhecido como “Chico Rato”. Sua morte em confronto com a polícia, confirmada entre as 121 baixas da “Operação Contenção”, marca um duro golpe na estrutura do crime organizado que se estendia de Manaus à capital fluminense.


De Foragido Condenado a Chefe do CV

Nascido e criado em Manaus, a história de Chico Rato é a personificação da migração e ascensão dentro do submundo do crime. Com um histórico manchado por homicídio, tráfico e roubo qualificado, Douglas construiu sua reputação com uma “habilidade perturbadora para a violência”.

Sua escalada começou após o enfraquecimento da Família do Norte (FDN), quando ele migrou para o CV, tornando-se uma figura proeminente no controle do tráfico de drogas no bairro Tancredo Neves, Zona Leste de Manaus.

O auge de sua periculosidade veio com a condenação em 2019 a 40 anos de prisão por duplo homicídio qualificado. As vítimas, os irmãos Isaías e Ilmes Rabelo Filho, foram executadas em 2017 por uma dívida de drogas. Contudo, em vez de cumprir a pena, Chico Rato se tornou um foragido, intensificando suas atividades e atuando como braço direito do traficante Francisco Miller Moreira da Cunha, o “Gringo”.


O Refúgio Estratégico e o Tráfico Internacional

O Complexo da Penha/Alemão não era apenas um esconderijo; era o quartel-general logístico que o CV oferece a seus líderes nacionais. Chico Rato utilizou esse refúgio para gerenciar o fluxo de cocaína internacional que chegava ao Brasil via Amazonas, oriunda da Colômbia e do Peru. A proximidade de Manaus com as fronteiras de produção tornava sua função vital para a facção.

A Operação Contenção, em 28 de outubro de 2025, tinha como objetivo cortar exatamente esse tipo de articulação, desmantelando a coordenação entre chefes de facção de diferentes estados que se abrigavam no Rio. A ação culminou em um dos maiores números de mortes em operações policiais recentes.

O Fim Prematuro de Uma Liderança

Aos 32 anos, Douglas Conceição de Souza encontrou seu fim no epicentro da violência urbana que ele ajudou a fomentar. Não estava sozinho: outros nove criminosos do Amazonas, incluindo “Gringo”, também foram abatidos.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o sistema de segurança do Amazonas veem a queda de Chico Rato como uma vitória estratégica, mas o desfecho trágico serve como um severo lembrete: a lealdade ao crime organizado, construída sobre a violência e a fuga da justiça, tem um custo final alto e previsível. A narrativa de Douglas Conceição de Souza, o “Chico Rato”, encerra-se não como um mito, mas como um alerta: o caminho da criminalidade não oferece futuro, apenas um fim prematuro.

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