Lições de um cabra teimoso Parte #1

AVC Ze da Legnas - NOTÍCIAS DE PENTECSOTE

Não sou um cabra letrado
Só estudei no Mobral
Mas valorizo o estudo
De uma forma especial
Pois se não fosse os doutô
A nossa saúde ia mal

Falo por experiência
Já passei muito perrengue
já tive até catapora
Sarampo e uma tal de dengue
São doenças que maltratam
E isso não é derrengue

Eu já com uma certa idade
Comendo de qualquer jeito
Sem atividade física
Levando tudo no peito
Achando que estava certo
Fazendo tudo direito.

Direito coisa nenhuma
Já fazia tudo errado
Churrasco com coca-cola
Baião com leitão assado
Até um corredor de boi
Eu nunca tinha enjeitado.

Até que um certo dia
Sessenta e três de idade
A diabetes avançando
Matando sem piedade
Foi aí que eu vim sentir
A doença de verdade.

Senti uma leve tontura
No pé um formigamento
Foi subindo pela mão
E eu já ficando atento
Pensei a coisa tá séria
Ou eu vou ou me arrebento

Acordei a minha esposa
Que ainda estava dormindo
As seis e meia da manhã
E para ela eu fui pedindo
Me leve logo pra UPA
E um AVC estou sentindo.

A demora foi pequena
E rápida como a centelha
O lado direito morto
Eu só sentia a orelha
E fui levado para UPA
Direto à sala vermelha.

Aí foi um corre-corre
Uma correria completa
Vi todos preocupados
Com o blogueiro poeta
E eu pensando calado
“Acho que bati a meta”.

Ouvia os doutô falando
Isso aí é coração
O outro já respondia
É AVC, meu irmão.
Eu Sem falar mas eu ouvia
Que os dois tinha razão.

Um infarto e um AVC
Qual vai ter prioridade?
Hospital de referência
Só numa grande cidade
Fortaleza tem os dois
Para minha felicidade.

Cuida logo da cabeça!
Falou a Rose enfermeira
Coração pode esperar
AVC num é brincadeira
Vá logo para o HGF
Pode sair na carreira.

E a carreira foi grande
Por esse estradão afora
Para mim o relógio parava
Eu perguntava e agora?
A janela terapêutica
É pouco mais de 4 horas

Umas quatro horas e meia
Já vai fechando janela
Se não for tratado logo
É medonha a esparrela
Noventa e cinco por cento
De chance de ter sequela.

Cheguei no HGF
Faltava pouco para as dez
Logo fui examinado
Da cabeça até os pés
“Seu Zé tô lhe conhecendo
Eu sou lá de Apuiarés”

Pentecoste e Apuiarés
São cidades irmãzinha
Eu pensei não é possível
Cadê minha fada madrinha?
Eu nessa situação
E tem logo duas vizinha!?

Mas aí eu apaguei
Já acordei internado
De Deus tive uma nova chance
Para cuidar do meu roçado
E das pessoas que eu amo
Que moram aqui do meu lado

Agradeço a minha família
Aos médicos e enfermeiros
técnicas de enfermagem
Do zelador ao maqueiro
Os que oraram por mim
Esses Deus ouviu primeiro.

Já estou recuperado
Da cabeça e o coração
Mudei os hábitos que tinha
Melhorei na refeição
Como folha até demais
Lamento não comer mais
Uma rabada com pirão.

Aos que leram até aqui
Eu desejo um forte abraço
Vamos cuidar da saúde
Não vamos cair no laço
Quem se acha o maioral
Não vale uma sonrisal
Nem tenho os peito de aço 

Fim

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