
Após assassinato a facadas da Cabo Maria de Lourdes, Soldado ateia fogo ao local para tentar esconder o feminicídio.
Uma tragédia de contornos chocantes abalou a capital federal e o seio do Exército Brasileiro. Um soldado, identificado como Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, confessou o feminicídio da Cabo Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, dentro do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG), no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília. Para ocultar o crime, o assassino confesso ateou fogo ao local, carbonizando o corpo da vítima.
O Horror e a Confissão
Os fatos vieram à tona após o Corpo de Bombeiros ser acionado para combater um incêndio nas instalações da banda do regimento. Durante o rescaldo, foi encontrado o corpo da Cabo Maria de Lourdes, uma talentosa musicista e saxofonista da banda.
A investigação rápida da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em conjunto com as autoridades militares, levou à prisão em flagrante do Soldado Kelvin. Em depoimento, ele confessou ter agredido a vítima fatalmente com um punhal ou faca no pescoço após uma discussão. Na tentativa de apagar os rastros do crime, ele teria utilizado álcool e um isqueiro para incendiar o local, fugindo em seguida e levando a arma da vítima.
A Disputa pela Versão dos Fatos
A motivação apresentada pelo Soldado Kelvin intensificou a dor da tragédia. Ele alegou que a discussão fatal teria ocorrido porque a Cabo Maria de Lourdes exigiu que ele terminasse o relacionamento com sua namorada para assumir publicamente um suposto envolvimento entre eles.
Contudo, a família da vítima rechaça veementemente a versão de um relacionamento amoroso, sugerindo que a alegação é uma tentativa de desviar o foco do crime hediondo. Fontes próximas à investigação indicam que o depoimento do suspeito tem apresentado inúmeras contradições, levantando suspeitas sobre a totalidade de sua narrativa.
O Soldado foi formalmente autuado por diversos crimes, incluindo feminicídio, furto de arma de fogo, incêndio e fraude processual. A Justiça Militar converteu sua prisão em flagrante para prisão preventiva.
Posição e Medidas do Exército
Em nota, o Exército Brasileiro manifestou profundo pesar pela perda da militar e garantiu que o soldado será excluído das fileiras da Força e responsabilizado criminalmente pelos seus atos. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi imediatamente instaurado para apurar todas as circunstâncias do caso, que agora corre também na Justiça Militar.
A tragédia no 1º RCG levanta questões urgentes sobre a segurança interna e a cultura de prevenção à violência contra a mulher nas instituições militares, exigindo uma investigação transparente e rigorosa para que a justiça seja feita em nome da Cabo Maria de Lourdes Freire Matos.

