
A violência contra a mulher, em suas múltiplas formas, ainda é um tema frequentemente “escondido debaixo do tapete”. No entanto, a luta para trazer esta questão à luz ganha um reforço anual no dia 25 de Novembro, o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher.
Em uma conversa na Casa do Cidadão, o jornalista Zé da Legnas entrevistou Raphaele Françoise para discutir a importância desta data e os desafios enfrentados pelas mulheres na busca por apoio e justiça.
A Origem de um Dia de Luta
Raphaele Françoise relembrou a trágica origem da data. Em 1960, as três irmãs Mirabal (Patria, Minerva e María Teresa) foram brutalmente assassinadas na República Dominicana a mando do ditador Rafael Trujillo, justamente por sua militância em prol da igualdade e da liberdade.
“A ONU, ela reconheceu, depois de anos e anos, depois de décadas e décadas, a ONU, ela fincou essa data para que ela fosse lembrada, dia 25, de novembro, como o dia internacional da não violência contra a mulher”, destacou Raphaele.
A violência não se restringe apenas ao contato físico. Conforme discutido na entrevista, ela se manifesta em diversas formas:
- Física
- Verbal/Psicológica
- Assédio
- Moral (Injúria e Difamação)
É importante ressaltar que a agressão verbal, que humilha e denigre a imagem da mulher, é considerada crime no Brasil desde o início da década de 2010.
O Muro do Silêncio e a Falta de Apoio
Um dos pontos mais críticos levantados por Rafaelle François é a falta de apoio que leva muitas mulheres a se silenciarem.
“Muitas mulheres, elas continuam, elas se permitem ficar silenciadas devido à falta de apoio, Zé. Elas não têm apoio, muitas vezes, dos próprios familiares, não têm um apoio 100% voltado de uma assistência, de uma casa da mulher,” lamenta Raphaele.
A entrevistada criticou o antigo ditado de que “briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, alertando que a omissão da sociedade e da família permite que a violência evolua para situações mais graves. O primeiro sinal de desrespeito deve ser o ponto de partida para a intervenção e o diálogo.
Justiça na Era Digital: O Caso de Pentecoste
A violência não está confinada aos lares; ela também se manifesta de forma intensa e pública na internet. Raphaele Françoise compartilhou um relato pessoal, sendo vítima de injúria e difamação em uma rede social após postar um vídeo parabenizando empreendedoras de Pentecoste.
Raphaele reforçou a importância de denunciar e buscar os meios legais, lembrando que a internet “não é uma terra sem leis”. A vítima tomou providências imediatas, registrando um boletim de ocorrência, e a justiça está agindo para identificar o agressor.
“Não tenham medo, não se calem.” O recado é claro e urgente. A Lei Cibernética garante que agressores virtuais sejam responsabilizados.
Mensagem de Força e Inspiração
Para concluir, Raphaele Françoise deixou uma poderosa mensagem de empoderamento e autoconhecimento para todas as mulheres em Pentecoste e no mundo:
“Mulher, se você soubesse o potencial e a capacidade que você tem… você tem que ter a capacidade e a coragem de poder enfrentar, porque quando nós passamos a enfrentar esses desafios, porque são dores, não são fáceis, mas você vai ver lá na frente o quanto você foi lapidada e o quanto você foi capaz de se tornar espelho, não somente para os seus, mas para todas as mulheres do mundo inteiro.”
Mulher, sua voz tem vez. Não se cale!

