UMA CRÔNICA COMO ADEUS! À Ilo Wilson Martins Nepomuceno

            

          Foi nos corredores do “MUNICIPAL”
que se ouviu o bradar do plantonista “Tô ferrado” parece muito com um CA! Tudo
isso, depois de ter examinado minuciosamente o seu RAIO-X. Quem o conhece sabe
que sempre fez uso da palavra em consonância com a sua liberdade de expressão.
Seu expressar fora sempre avesso ao desdizer… Noite de quinta feira! Noite em
que os semblantes de muitos evitaram emitir ou omitir a verdade! Até em tecer
um simples comentário. Porque ali se iniciava paulatinamente um fato
inaceitável, “a morte prematura de um amigo”. Mesmo sabendo que a sua saúde era
algo inexorável. E posto ao que dita a literatura, nenhuma pessoa se mantém
ilesa ou capaz de não ser acometida por qualquer anomalia, doenças que no seu
avanço não lhe cause um paralisar na sua rotina diária. Nem sendo ele próprio,
um curador! Num espaço pouco de tempo, estórias se espalharam e a cidade no seu
luto une-se de mãos dadas e orações ao mestre que não orava, mas curava através
do ofício que lhe determinara a missão da MEDICNA.

            Ainda quis o destino que o Mestre
continuasse em sua labuta. Mas teve o caso encerrado quando deu de si que o
tratamento era uma obra prima e a ele se desenhava novos horizontes. Usar as
artimanhas e os avanços científicos oferecidos em outros campos tecnológicos.
Se o perdemos de vista não foi nada proposital, foram às “rádios” e as “quimios”
que por certo tempo tomara o seu tempo. Certamente, de que o seu tento pudesse
encontrar-lhe a verdadeira cura. Não sei se foi saudade ou a imposição de
muitos, mas a nós foram concebidas translúcidas estórias, umas tão aberrantes
que até chegou a declarar que o mestre tentaria um suicídio. Outros até
ventilaram uma quarentena uma espécie de internato ou uma ausência total do seu
ciclo de amizade. Mas como o real não subsidia o imaginário, nem foi preciso
esperar! Em tempo hábil o mestre ainda em tratamento veio nos robustecer.

            Na FUSAMP o “Mestre” foi uma espécie
de tutor; diretor executivo, geral e, em certa ocasião, plantonista
diuturnamente. Aqui fez o seu legado constituiu amigos e na sua missão de
médico salvou centenas de vidas, especificamente como cirurgião geral dessa
unidade. E que não se falhe a memória, é bom lembrar que em épocas bem remotas
fase em que a saúde ainda rastejava. Tem um episódio que o cronista não poderia
deixar de contar nesse relato. Festa dos Funcionários do hospital, na AABB
Banco do Brasil, seus subordinados estavam lá no primeiro escalão e, ao abrir o
discurso, as suas palavras foram de boas vindas e avisou: “junto a esse simples
presente segue um envelope, é a minha pequena colaboração a todos vocês seja do
auxiliar de serviço ao médico que colaborou comigo na administração dessa casa
por todo esse espaço de tempo. Muito abrigado e boa diversão!” Ao abrir o
envelope, Lucia anunciou: -Gente, é um cheque de um salário mínimo, meu Deus!
Obrigado Dr. Ilo… 

E hoje depois de ouvir o estampido da difusora, a voz do locutor me
deixou atônito porque dessa feita suas palavras já dizia tudo  não quiséramos ouvir: “Pentecoste está de
luto!; Morre doutor Ilo!”

Agora o fato é verdadeiro, SUCUMBE
O NOSSO MESTRE.

 Essa é a pequena parte de sua história que a
vida lapidou junto de nós… Avante camarada, fica aqui o abraço do amigo, do poeta,
cronista…

Gonzaga
Barbosa

      Em a crônica
do mês.